terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Uma visita à cidade Invicta



  • Visita à Biblioteca «Almeida Garrett», à livraria «Lello & Irmão»
    e ao «Palácio da Bolsa»


    Quem viaja de comboio até ao Porto, não pode passar pela bela estação de S. Bento sem regalar os seus olhos vendo os maravilhosos azulejos que retratam parte da nossa história. A cidade invicta é sem dúvida um dos importantes pontos turísticos culturais de Portugal pelos belos monumentos arquitetónicos que ali se encontram. Eu e os meus colegas de curso dirigimo-nos ao Porto com este intuito. Dár a atenção que merecem........... e ao mesmo tempo tirarmos partido deles, enriquecendo um pouco mais os nossos conhecimentos e aumentando o nosso grau de cultura geral.
    Vou mencionar primeiro a Estação de S. Bento. Ao chegarmos, já estava à nossa espera a Dr.ª Joana Quintela, que fez questão de fazer de “guia turística”, explicando-nos ao pormenor tudo o que estava relacionado com a construção desta estação e relatando todos os factos históricos que nela estão retratados.
    Confesso que, por momentos, deixei de a ouvir para escutar apenas a voz da minha consciência que me dizia e perguntava; Como pude passar tantas vezes por esta estação, sem nunca ter olhado de facto para ela? Como é possível que sejamos tão indiferentes a coisas tão belas? Coisas que são registos do nosso melhor património, que retratam tanta riqueza e uma arte incomparável saída das mãos dos nossos povos com tanta facilidade, como nos saem as palavras da boca, quase sem termos tempo para pensarmos nelas. Faço esta breve reflexão, porque me sinto uma verdadeira patriota, com um grande orgulho por todos os feitos dos portugueses e por todas as riquíssimas obras de arte exibidas em todos os monumentos que por cá existem. Fiquei a saber também, que este edifício imponente foi inaugurado em 1915, com o objectivo de ligar à via-férrea marginal. Foi projectado pelo arquitecto Marques da Silva, sendo este, um verdadeiro contraste entre o seu exterior maciço e austero e a beleza assombrosa do seu interior, revestida com 20.000 azulejos pintados pelo artista Jorge Colaço. Na faixa superior das paredes do interior deste edifício e por todo o tecto, estão representadas cenas históricas do país, como a conquista de Ceuta, a evolução dos transportes, desde o aparecimento dos coches às locomotivas. Ali retrata-se ainda o desembarque do rei D. João I para celebrar o casamento com a princesa britânica Filipa de Lencastre. Fiquei também informada que o preço dos azulejos foi um total de 20.000 escudos na moeda antiga, sendo que o preço inicialmente estipulado de 22.000 escudos tendo sido feito à posterior um desconto de 2.000 escudos.
    Após esta explicação demos então início ao nosso passeio, tendo como segunda visita destinada a Biblioteca Municipal «Almeida Garrett». Neste local, tal como em todas as bibliotecas, a entrada dos utentes deve ser feita de forma silenciosa e discreta e connosco não foi excepção. A nossa chegada já era esperada, por isso encontrava-se uma funcionária ao nosso dispor que nos explicou todo o modo de funcionamento da mesma. É de facto um local agradável e, no meu parecer, é também um local cuja organização é a sua marca de prestígio. Esta biblioteca tem ainda algo que a diferencía de todas as outras, ou pelo menos das que conheço, que é o acesso aos computadores por todos os invisuais que pretendam neles trabalhar. Podem ainda aceder à internet e navegar como qualquer utente. Achei isto fantástico! A Biblioteca encontra-se também aberta ao público durante todo o dia de sábado, o que nas outras não acontece, e ainda ao Domingo de manhã. Aqui permanecemos algum tempo de modo a observar de forma detalhada a organização com que é feita a arrumação dos livros que se encontram nas prateleiras, constatando que, de facto, estavam arrumados tal como a funcionária nos havia dito. Posto isto, saímos e, aproveitando o belo jardim que a rodeava, tirámos algumas fotografias para registar o momento. Saímos por fim do recinto e demos continuidade ao nosso passeio que tinha agora como próxima visita a livraria «Lello & Irmão». Confesso que tinha uma enorme curiosidade para a conhecer porque há cerca de um ano tinha visto esta na televisão e achei-a lindíssima! Esta livraria foi fundada por dois irmãos em 1919. Este é, sem dúvida, um local de visita obrigatório a todos os que por lá passarem. É portador de uma grande beleza no seu interior!... Tem uma escadaria e um tecto em vitral cuja beleza e arte são de cortar a respiração. Não sabíamos se seriam ou não permitidas fotos, mas como a vontade de o fazer era muito grande não resistimos e tirámos algumas naquela escadaria digna de ser registada por todos os que por lá passam. A visita a esta livraria foi breve, mas bastante satisfatória e após o término da mesma, fomos almoçar. Mais uma vez, ia caminhando e enchendo o meu cérebro de perguntas. Como poderam os nossos povos serem tão dotados? Como poderam fazer tais obras de arte? Porque não deixaram estes dons aos nossos arquitectos, cujas obras são apenas tijolos levantados ao alto? Na actualidade, apenas se constroem caixotes e todos gostam de os comprar porque estão na moda. Eu, pessoalmente, ainda mantenho gosto pelo que realmente é bonito e tem valor, talvez por isso ao longo desta minha descrição e reflexão em tudo o que comentava, a minha opinião possa ser totalmente diferente da maior parte das opiniões. Quanto à arquitectura moderna, pergunto: Virá esta fazer parte do nosso futuro património? Será digna de paragem por parte de alguém para ser olhada? Não me parece! Tudo será tão igual e pobre a nível estético que nada fará a diferença. Na minha opinião, o estilo arquitetónico actual fica reduzido a cinzas, perto do antigo.
    Após o almoço, dirigimo-nos para a estação, uma vez que este foi o local escolhido como ponto de encontro para darmos seguimento a mais uma visita. Desta vez, tínhamos como destino o Palácio da Bolsa, e se por momentos, pensei que já havia visto tudo de mais belo, estava enganada, porque mais uma vez fiquei rendida a tão deslumbrante beleza. Desde o chão em azulejo à escadaria em pedra e toda trabalhada, passando por salas com mobiliário de um valor incalculável, cuja madeira mais propriamente mogno, parecia ter sido intocável devido ao bom estado de conservação em que se encontra, sem que nunca tenham sido restauradas. Confesso, que cada vez mais ficava sem palavras para explicar tal beleza e apenas ouvia perplexa tudo o que a guia do local nos ia informando, ainda que esta o fizesse de uma forma extremamente rápida, o que para quem não tem os conhecimentos aprofundados como ela, tem imensas dificuldades em assimilar tudo o que ela descrevia. Esta parecia quase um robot a descrever factos e factos uns a seguir aos outros. No entanto, a rapidez com que nos foram relatados os factos históricos deste Palácio e tudo o que estava relacionado com a sua construção, quanto a mim não teve grande importância porque, mais uma vez, eu apenas falava e ouvia a minha consciência rendida a tão deslumbrante beleza. Como se não bastasse tanto regalo para os meus olhos, fomos por fim conhecer o Salão Árabe que é, sem sombra de dúvida, a maior referência deste edifício. Pelo que consegui assimilar, este Palácio começou a ser construído em Outubro de 1842, pela Associação Comercial Portuense, conservando-se até hoje como sede dessa instituição. Este edifício neoclássico por excelência apresenta ainda traços de arquitectura toscana e do neopaladino inglês que ali se fundem de forma magistral.
    A sua maior referência, como já mencionei em alíneas anteriores, é sem dúvida o Salão Árabe, como sendo uma autêntica jóia arquitectónica influenciada pelo Alhambra, na cidade espanhola de Granada, que nos impressiona pela iluminação, sendo um dos espaços mais faustosos do país, onde se recebem figuras de estado e têm lugar várias cerimónias e eventos solenes. Recordo ainda da guia turística nos ter dito que o material usado na construção deste salão foi estuque e folha de ouro, chamando-nos ainda atenção para o facto de os vidros não serem vitrais, mas sim vidro pintado à mão e sobreposto um no outro, produzindo assim o efeito das cores.
    A Bolsa é também palco de inúmeras actividades e um dos polos fundamentais de dinamização económica e cultural do porto.
    No meu ponto de vista, e como tenho vindo a fazer reflexão paralelamente a tudo o que descrevi neste relatório, vou terminá-lo dizendo apenas que, mais uma vez valeu a pena esta iniciativa, pois permitiu-nos alargar um pouco mais os horizontes dos nossos conhecimentos, porque estes registos acabam por ficar sempre nas nossas memórias, aumentando assim a nossa cultura geral como referi anteriormente. Digo ainda mais; esta visita fez-me reflectir o quão é importante olharmos de forma atenta todos os lugares pelos quais passamos pois, com certeza, estes terão algo digno de ser visto.

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